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Contra a doença esquecida

Unidade Móvel de diagnóstico da doença do sono. © DRC – Benoit Marquet

Susan Solomon
Lofti Zadeh
Ingrid Daubechies e David Mumford
Douglas Coleman e Jeffrey Friedman
Jane Lubchenco
A malária, a doença do sono, doença de Chagas ou a leishmaniose têm merecido a atenção do júri internacional, que foi premiado com o Prêmio Fundação BBVA Fronteiras do Conhecimento na categoria de Cooperação para o Desenvolvimento. Segundo afirmou esta manhã, o prêmio foi concedido à iniciativa internacional Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi, na sigla em inglês), que se encarrega de desenvolver e distribuir a preço acessível tratamentos para paliarlas entre as populações mais pobres do mundo, as mais marcadas pelas mesmas.
Com esta distinção se quis destacar o papel do DNDi para traduzir os avanços científicos em um instrumento de cooperação para o desenvolvimento que salva vidas e melhora as condições econômicas nas áreas mais pobres do planeta. Desde a sua fundação, em 2003, os medicamentos desenvolvidos pela organização foram distribuídos em mais de 30 países da África, Ásia e américa Latina. Entre eles, foram gerenciado, por exemplo, mais de 150 milhões de doses de tratamentos antimalaria.
Ao saber da notícia, o diretor da DNDi, Bernard Pécoul, declarou sua satisfação “pela instituição, mas também os doentes esquecidos, que são os que estão no centro da iniciativa”. Ou seja, um em cada seis habitantes do planeta. Essa é a proporção de pessoas que sofrem de uma das 17 doenças tropicais da OMS definiu como esquecidas, e que causam mais de meio milhão de mortes por ano. A malária não está incluído nelas, mas é considerada uma das doenças associadas à pobreza, que fazem aumentar os dados de incidência e que também tenta combater a DNDi.
Esta organização sem fins lucrativos que surgiu por iniciativa conjunta de Médicos Sem Fronteiras, o Conselho Indiano de Pesquisa Médica, o Instituto de Pesquisa Médica do Quênia, o Ministério da Saúde da Malásia, e Instituto Pasteur (França), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Brasil e o Programa Especial para Pesquisa e Treinamento em Doenças Negligenciadas da Organização Mundial da Saúde. Atualmente conta com uma equipe de 120 pessoas em vários países e trabalha de acordo com o modelo chamado de “parceria para o desenvolvimento de produtos”, que monitora e gerencia o trabalho conjunto do mundo acadêmico, da indústria, das ONGs e dos governos.
Graças a essas parcerias foram alcançados seis novos tratamentos para a malária, um a menos tóxico do que o já existente contra a doença do sono, dois contra a leshmaniasis e um contra a doença de Chagas. Todos eles são administrados oralmente, são seguros, eficazes, de baixo custo e de curta duração, características que devem cumprir todos os produtos desenvolvidos pela DNDi.

Prémio para a iniciativa da DNDi

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