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Obtêm pela primeira vez material genético antigo da bactéria da cárie

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Uma das principais bactérias causadoras da cárie dental, Streptococcus mutans, aumentou as alterações no seu material genético ao longo do tempo, possivelmente coincidindo com mudanças dietéticas ligados à expansão da humanidade. Assim, indica um estudo de pesquisadores da Universitat Autònoma de Barcelona (UAB) e do Laboratório Nacional de Genómica para a Biodiversidade do México, no que foi sequenciado pela primeira vez, material genético de uma bactéria em populações do passado. O aumento da diversidade genética foi produzido especialmente no trecho de um gene que codifica um fator de virulência conhecido como dextranasa.
A pesquisa, publicada na Proceedings of The Royal Society B, estudou a bactéria em onze indivíduos da Idade do Bronze até o século XX, a Europa e a América pré e pós-colonial. O caso mais antigo é o de um indivíduo de 1200 aC Da Caverna Sepulcral de Montanisell (Lleida) e o mais recente, a coleção da UAB, data do início do século XX.
“Conhecia muito bem a relação entre o aumento da freqüência de cáries e as mudanças alimentares, tais como os que ocorreram no período Neolítico, o descobrimento europeu da América, com a introdução em grande escala de cana-de-açúcar na Europa ou a Revolução Industrial, mas não se sabia se isso era acompanhado de mudanças a nível genético, esta bactéria”, explica Marc Simon, um pesquisador em formação de doutorado de Biodiversidade da UAB e primeiro autor do artigo.

“Temos visto que as populações mais recentes da diversidade genética foi maior, o que indica uma expansão populacional da bactéria que pode ter ocorrido em paralelo com a expansão demográfica do homem. Pensamos que este aumento ocorre no Neolítico. De momento, o indivíduo mais antigo que temos analisado é da Idade do Bronze, mas podemos estar presenciando a continuação deste processo. No futuro, esperamos poder trabalhar com amostras mais antigas para corroborar nossa hipótese”.
O estudo abre a porta para evidenciar a relação histórica entre a cárie e o ser humano e a conhecer como a têm afetado diferentes momentos históricos, bem como a reconstrução dos hábitos alimentares da população antiga ou os movimentos populacionais que ocorreram.
Para Assumpció Malgosa, pesquisadora de Antropologia Biológica da UAB e coordenadora da pesquisa, “é importante saber como foi variado o gene no passado para prever modelos de evolução da virulência de fungos. Se essas mudanças foram uma resposta para melhor se adaptar a ambientes em mudança, ou mesmo para outras partes do ser humano, como o trato gastrointestinal, ou se mudaram para tornar-se resistentes quando melhoraram as condições de higiene, etc. Saber como reagiu no passado em diferentes situações, pode nos dar uma idéia de como o farão no futuro, em circunstâncias semelhantes”.
A realização do estudo foi realizada no laboratório de Antropologia Física da UAB e algumas das amostras foram replicadas no Laboratório Nacional para a Biodiversidade do México. O projeto foi financiado pelo Ministério da Educação e Ciência, a Generalitat de Cataluña e o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CONACYT), do México.
Tags: cáries e dentes.

O Streptococcus mutans é uma das principais bactérias causadoras da cárie

Obtêm pela primeira vez material genético antigo da bactéria da cárie